17.6.16

Lixões e Aterros Sanitários

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Olá, estamos de volta em mais uma sexta-feira bem fria para falarmos do tema acima: os lixões e os aterros sanitários. São vários pontos de discussão: não só a diferença entre eles, assim como problemas, consequências e números chocantes que representam a quantidade de lixões/aterros que existem aqui em nosso país e, mais especificamente, em nossa cidade, Porto Alegre. lallalalallala
Sabemos que, geralmente, depois que o lixo que produzimos é recolhido, esquecemo-nos desse “incômodo para os olhos e narinas” e achamos que o problema está resolvido. Todavia, é importante parar para pensar e questionar: “Para onde foi o lixo?” Por isso, falaremos das 3 formas de disposição do lixo presentes no Brasil. Então, basta clicar em 'continue lendo' para acompanhar a postagem!la
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  • Lixões

Ele se caracteriza como a forma inadequada de disposição do lixo, principalmente, de maneira que o solo no qual este é depositado não passa por quaisquer processos de separação. Sendo esse o lugar que você provavelmente já passou em sua cidade, normalmente em bairros mais afastados. Os resíduos sólidos, os quais são colocados lá, causam danos exacerbados ao Meio Ambiente e também à saúde pública. Tudo isso devido ao chorume, líquido preto que escorre do lixo - é cheio de substâncias tóxicas -, e também por causa do local a céu aberto que deixa essa sujeira exposta.

  • Aterros controlados

O aterro controlado, por sua vez, é uma fase intermediária entre o lixão e o aterro sanitário. Normalmente, é um lixão que foi remediado, ou seja, que recebeu cobertura de argila e grama e que recebe captação de chorume e gás. Este é preparado para receber resíduos com uma impermeabilização a partir de manta de PVC, e procura dar conta dos impactos negativos cobrindo diariamente a pilha de lixo com terra ou outro material disponível. Tem, além disso, recirculação do chorume que é coletado e levado para cima da pilha de lixo, diminuindo a sua absorção pela terra.

  • Aterros sanitários

Por fim, o aterro sanitário é a maneira adequada de disposição de lixo. Sendo a fase final do aterro controlado, basicamente diferindo no fato de que o chorume é coletado através de drenos de PEAD, encaminhado para o poço de acumulação de onde, nos seis primeiros meses de operação, há recirculação sobre a massa de lixo aterrada. Depois desses seis meses, quando a vazão e os parâmetros já são adequados para tratamento, o chorume acumulado é encaminhado para a estação de tratamento de efluentes. 

  • Os números
Brasil
Desde que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi aprovada, em 2010, muito tem se falado na substituição dos lixões pelos aterros sanitários. A proposta da PNRS era acabar até o ano de 2014 com os 2.906 lixões que ainda existiam (ou existem?) no país. No entanto, nos grandes centros urbanos nos bairros mais caros pode até não haver mais esses locais, porém nos bairros mais periféricos com certeza encontraremos aquele local exalando mau cheiro e substâncias tóxicas, o qual a vizinhança toda precisa conviver dia após dia.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), realizada em 2008 pelo IBGE, 50,8% dos municípios brasileiros possuem como destinação final de seus resíduos sólidos os lixões, 22,5% usam aterros controlados e 27,7% usam aterros sanitários. São números gritantes.

Porto Alegre
Em uma reportagem de fevereiro de 2016, o G1 conta que "apenas em Porto Alegre, foram mapeados mais de 400 depósitos clandestinos de lixo, como mostra a reportagem do Bom Dia Rio Grande, a qual você pode assistir clicando aqui. O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) informou que já eliminou 172 depósitos clandestinos que existiam em Porto Alegre. No entanto, segundo o órgão, outros 287 permanecem ativos."

Hoje, os resíduos sólidos domiciliares de Porto Alegre passam pela Estação de Transbordo da Lomba do Pinheiro e de lá são transportados para a Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos, aterro sanitário privado, no km 181 da BR-290, município de Minas do Leão, distante 105 Km de Porto Alegre.

  • Problemas + Reflexões

Além de todo o agravante que é a existência do lixão a céu aberto, os mais diversos bichos caminham livremente lá dentro e, pior de tudo, famílias entram lá para catar restos de comida ou materiais recicláveis para vender, se sujeitando a inúmeros tipos de contaminações (um problema social de desigualdade – por muitas famílias precisarem se sujeitar a isso). Como se já não fosse o bastante, a partir da decomposição do lixo ocorre a formação do gás Metano (CH4) que é um dos gases do efeito estufa e 21 vezes mais nocivo do que o gás carbônico (CO2) (um problema global).

Segundo o médico geral comunitário e psiquiatra Celso Gutfreind, com a poluição ambiental acentuada, o ar se torna carregado de muitos poluentes e isso está ligado a diversas doenças, sobretudo, respiratórias, alérgicas e também pode causar uma baixa na imunidade, tornando as pessoas vulneráveis a outras doenças. Esse ambiente poluído estimula a proliferação de bactérias e parasitas, aumentando a incidência e prevalência de doenças infecto-parasitárias, que também são transmitidas por animais e/ou insetos, como por exemplo, o atualíssimo zika vírus.

  • Soluções?
Trouxemos algumas ideias de soluções para essas consequências desastrosas ao Meio Ambiente. Primeiramente, as cidades que ainda possuem lixões deveriam ter suas prefeituras multadas. Com tanta informação disponível atualmente, é crucial saber sobre a contaminação provocada por lixões. Além disso, os fabricantes deveriam se comprometer a elaborar embalagens recicláveis. Campanhas de conscientização são ótimas, pois para pôr um fim ao destino errado de resíduos, é necessária a ajuda da sociedade como um conjunto: empresas, consumidores e governos. A separação do lixo entre "orgânico" ou "seco" ajuda muito, já que nos lixões não há essa etapa.


Para encerrar, separamos um poema bem interessante do poeta Manuel Bandeira. Leia, reflita e até a próxima semana! :)

O Bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos. 
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade. 
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato. 
O bicho, meu Deus, era um homem.

2 comentários:

  1. Meninas, parabéns pela postagem! Fico extremamente feliz ao observar o objetivo do meu trabalho sendo alcançado!
    Bem, vamos aos elogios: texto bem escrito e agradável de ler. As ilustrações estão inseridas ao longo do texto, aumentando o teor reflexivo do mesmo. A linguagem do texto é direta ao leitor, ou seja, vocês "conversam" com ele e essa é a essência da mídia social (blog). Vocês fizeram uma pesquisa bem completa e, mesmo assim, não ficou "chato" de ler e, sim, com gostinho de "quero mais". E, por fim, finalizaram com uma poesia linda, simples e objetiva de Manuel Bandeira. Meus sinceros parabéns! Continuem assim! Beijos!

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  2. Nossa, são tantas coisas legais para elogiar que eu esqueci de mencionar um muito importante: as soluções propostas! Que legal meninas! Isso é o mais importante! Estudar, refletir criticamente e propor soluções para um determinado tema! Esse é o grande objetivo do professor: formar um cidadão de bem, crítico, reflexivo e ativo em resolver os problemas do mundo! Eba! Beijos

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